Abderramão ibne Maomé ibne Rumais

Abderramão ibne Maomé ibne Rumais
Nascimento século X
Almeria
Morte 980
Algeciras
Nacionalidade Califado de Córdova
Ocupação almirante

Abderramão ibne Maomé ibne Rumais (Abd al-Rahman ibn Muhammad ibn Rumahis) foi um oficial militar muçulmano do século X no Califado de Córdova do Alandalus. Já estava ativo no tempo de seu pai Maomé ibne Rumais e sucede-o como almirante da frota califal e governador de Almeria. Teve papel no combate aos invasores viquingues que assolavam as costas do Alandalus e também participou no combate aos idríssidas do Magrebe Ocidental. Sua carreira, porém, foi abreviada por ter sido assassinado em 980 sob ordens do hájibe Almançor, que realizou uma série de maquinações na corte califal. Com sua morte, seus bens foram confiscados e sua posição foi dada ao sobrinho de Almançor.

Vida

Califado de Córdova ca. 1000

Abderramão era filho de Maomé, o almirante da frota califal sob o califa Abderramão III (r. 912–961), e nasceu em Almeria. Em 943, quando seu pai esteve ausente em campanha, representou-o no governo de Pechina e Almeria. Em 945, ocuparia a mesma posição pelo mesmo motivo.[1] Em 971, com a morte de seu pai, sucedeu-o como almirante e governador. Saiu de Almeria com uma esquadra até o Atlântico para deter uma frota viquingue que se ia ao Alandalus para saquear as costas entre o Douro e Santarém. Com ajuda da frota atlântica sob Galibe, enfrentou os invasores no estuário do rio Tejo e salvou a base nava da frota atlântica em Sevilha quando os viquingues tentavam alcançá-la subindo o Guadalquivir. Em julho, danos surgiram no mar setentrional e ele partiu de Córdova para Almeria em 3 de julho para preparar a frota. Em 25 de julho, saiu da cidade para confrontá-los no Algarve.[2][3] Mais tarde, saiu com a fronta pelas costas de Tudemir, Valência e Tortosa.[4]

Em 972, foi enviado por Aláqueme II (r. 961–976) numa expedição no Magrebe Ocidental contra o idríssida Haçane,[5] que desde os anos 950 era vassalo do Califado Fatímida,[6] e ocupou Tânger.[7] Em 973, conduziu obras de fortificação em Tânger. Em 9 de julho, sua esquadra chegou a Arzila para ajudar Galibe e o conflito com os idríssidas durou até março de 974.[8] Em 980, foi a Algeciras a pedido do hájibe Almançor para tratar da criação de novas unidades na frota sob seu comando. No encontro, durante um banquete, foi envenenado ao consumir uma galinha muito açucarada. Os bens do falecido foram confiscados por Almançor e o hájibe nomeou seu sobrinho Calde ibne Maomé ibne Bartal à posição de almirante.[9][10]

Referências

Bibliografia

  • Ballestín Navarro, Xavier (2004). Al-Mansur y la dawla 'amiriya: una dinámica de poder y legitimidad en el occidente musulmán medieval. Barcelona: Edições da Universidade de Barcelona. ISBN 9788447527724 
  • Encinas Moral, Angel (2005). Cronología histórica de Al-Andalus. Madri: Miraguano Ediciones. ISBN 9788478132942 
  • Eustache, D. (1998). «Idrisids». In: Lewis, B.; Ménage, V. L.; Pellat, Ch.; Schacht, J. The Encyclopaedia of Islam - Vol. III - H-Iram. Leida: Brill  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de editores (link)
  • Meouak, Mohamed (1990). «La biographie de Galib, haut fonctionnaire andalous de l'époque califale : carrière politique et titres honorifiques». Al-qantara: Revista de estudios árabes. 11 (1): 95-112 
  • Nicolle, David (2000). «Moors against Majus». Osprey Publishing. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2014 
  • Tapia Garrido, J. A. (1986). Historia General de Almería y su Provincia, Tomo III, Almería Musulmana I (711/1172). Almeria: Ed. Cajal. ISBN 84-85219-50-3